Aparição e o Existencialismo

          Aparição é um romance escrito pelo português Vergílio Ferreira publicado em 1959.
Esta obra discute teorias filosóficas relacionadas com o existencialismo, este foi uma doutrina filosófica e um movimento intelectual surgido na Europa, mais precisamente na França.
Soran Kierkegaard, um filósofo dinamarquês é considerado o "Pai do Existencialismo." Outros nomes representantes desta corrente filosófica são o escritor e crítico francês Jean-Paul Satre, a professora e feminista francesa Simone de Beauvoir, o romancista argelino Albert Camus, o professor francês Merleu-Ponty e o professor e psiquiatra alemão Karl Jaspers.
Para os existencialistas, a essência humana é construída durante a sua vivência, a partir de suas escolhas, isto é acreditam que o homem é um ser que possui toda a responsabilidade por meio da suas ações e procura o significado da sua existência durante a sua vida. A partir da autonomia moral e existencial, fazemos as escolhas da na vida e traçamos nossos caminhos. Os adeptos desta doutrina pregam que a liberdade de escolha é o elemento gerador no qual ninguém nem nada pode ser responsável pelo seu fracasso, a não ser você mesmo.
O livro é dividido em três partes: O prólogo, a história em si em vinte e cinco capítulos e o epílogo.
No prólogo, o nosso protagonista Alberto Soares (alter-ego de Vergílio) encontra-se no presente a refletir sobre sua vida. No primeiro capítulo,  ele começa a contar a história da sua vida, por meio de uma analepse (flashback, eventos ocorridos anteriormente) ele retrata sua estadia em Évora e nesse ano letivo fica a lecionar nessa terra e conhece pessoas com que discutiu e aprofundou as suas teorias relacionadas com a existência, à procura da sua aparição.
O protagonista cria uma relação com Sofia, filha de Dr Moura e Madame Moura, uma mulher dominadora que não encontrava significado na sua vida, que mais tarde deixa de dar atenção a Alberto e relaciona-se com o aluno dele, Carolino, que tem como apelido Bexiguinha (por causa das marcas no seu rosto), que tinha ideias parecidas com Alberto e mostrava-se diferente dos outros alunos. Cria também uma relação amor e ódio com a irmã de Sofia, a Ana que era casada com Alfredo, ambos discutiam teorias existenciais e esta não podia ter filhos e considerava a sua irmã mais nova Cristina, uma criança calma já com um motivo para viver que tocava piano de uma forma magnífica como sua filha. 
Ao longo do livro, entramos numa segunda analepse, e Alberto recorda de um passado mais distante, relacionado com a sua infância e sua família, momentos importantes como a morte do pai e a morte do seu cão, que o considerava como uma pessoa. 
Neste livro existem mortes com simbologia como a de Bailote, que comete suícidio por ter perdido a sua fonte de rendimento sendo que sua existência perde todo o sentido, Cristina que morre  numa acidente de carro serenamente porque já tinha encontrado um motivo para viver que era tocar piano e Sofia que morre como punição e porque já não havia mais maneira de ela alcançar a sua aparição. 
Alberto no epílogo (parte final do livro em itálico) depois de refletir sobre tudo o que passou na vida (os vinte e cinco capítulos) percebe que alcançou sua aparição. 
 Évora tem uma simbologia importante nesta obra porque esta cidade é cercada por muralhas, que representa o "eu" preso pelas mesquices dos seus habitantes e sente a necessidade de morar fora da cidade (casa do Alto). 
Em suma, na minha opinião toda gente devia ler este livro pelo menos uma vez porque apesar da difícil compreensão nos faz refletir sobre a vida e a nossa existência. 

Galeria:

Vergílio Ferreira, escritor português. (alter-ego de Alberto Soares)
Évora, a cidade cercada de muralhas. 
Serra da Estrela, terra natal do protagonista.

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